sábado, 2 de março de 2013

O empirismo segundo David Hume


O Empirismo

“Empirismo” significa uma posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade do conhecimento. Deriva do grego empeiria, significa uma forma de saber derivado da experiência sensível e de dados acumulados nas experiências.
O lema do empirismo tem como lema a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. Ou seja, todo o conhecimento deriva de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real.
Os empiristas rejeitam a noção de idéias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta.
Um empirista é uma pessoa ou um sistema filosófico que admite o empirismo.
O empirismo surgiu a partir do séc.XVI – juntamente com o Racionalismo.
Os principais filósofos empiristas foram: Francis Bacon (1561-1626), Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). Outro considerado empirista é o filósofo John Stuart Mill (1806-1873).
[Para aprofundar os estudos, sugiro a consulta da obra (utilizada aqui): Iniciação à História da Filosofia, de Danilo Marcondes, Jorge Zahar Editor. 2004. PP.176-185]
Já sugeri no primeiro texto deste blog (Os conceitos...) a consulta ao texto do filósofo escocês David Hume (1711-76), intitulado Tratado da Natureza Humana – Da origem de nossas idéias. Apesar de ser encontrado na biblioteca do Mocam (tem aluno que já encontrou). Mas, como são apenas duas apostilas disponíveis (Filosofia & Vida, vol. III), nem todos terão acesso em tempo hábil. Por isso, exponho aqui um resumo do texto proposto:

            Da origem de nossas idéias
            As percepções da mente humana se reduzem a dois gêneros distintos, que são as Impressões e as Idéias. A diferença entre ambas consiste nos graus de força e vividez com que atingem a mente ou o pensamento. (p.38)
            As percepções que entram com mais força e violência podem ser chamadas de impressões; aqui se incluem todas as nossas sensações, paixões e emoções. (idem)
            Denomino idéias as pálidas imagens das impressões no pensamento e no raciocínio. (p.39)
Existe ainda uma segunda divisão entre nossas percepções, que se aplica tanto às impressões como às idéias. Trata-se da divisão em Simples e Complexas. (idem)
            As idéias parecem ser de alguma forma os reflexos das impressões; de modo que todas as percepções da mente são duplas, aparecendo como impressões e como idéias.
Exemplo: - quando fecho os olhos e penso em meu quarto, as idéias que formo são representações exatas das impressões que antes senti. Idéias e impressões parecem sempre se corresponder mutuamente. (p.39)
            (...) Concluo imediatamente que há uma forte conexão entre nossas impressões e ideias correspondentes, e que a existência de umas tem uma influência considerável sobre as outras. (p.40)
            As impressões simples sempre antecedem suas idéias correspondentes, nunca aparecendo na ordem inversa. Para dar a uma criança uma idéia do escarlate ou da laranja, do doce ou do amargo, apresento-lhe os objetos, ou, em outras palavras, transmito-lhe essas impressões; mas nunca faria o absurdo de tentar produzir as impressões excitando as idéias. Nossas idéias, ao aparecerem, não produzem impressões correspondentes; tampouco percebemos uma cor ou temos uma sensação qualquer simplesmente por pensar nessa cor ou nessa sensação. (p.40)

            

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