O Empirismo
“Empirismo”
significa uma posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de
validade do conhecimento. Deriva do grego empeiria, significa uma forma de
saber derivado da experiência sensível e de dados acumulados nas experiências.
O lema do empirismo tem como lema
a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no intelecto que não tenha passado
antes pelos sentidos”. Ou seja, todo o conhecimento deriva de uma base empírica,
de percepções ou impressões sensíveis sobre o real.
Os empiristas rejeitam a noção de
idéias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente
desta.
Um empirista é uma pessoa ou um
sistema filosófico que admite o empirismo.
O empirismo surgiu a partir do séc.XVI
– juntamente com o Racionalismo.
Os principais filósofos
empiristas foram: Francis Bacon (1561-1626), Thomas Hobbes (1588-1679), John
Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). Outro
considerado empirista é o filósofo John Stuart Mill (1806-1873).
[Para aprofundar os estudos,
sugiro a consulta da obra (utilizada aqui): Iniciação à História da
Filosofia, de Danilo Marcondes, Jorge Zahar Editor. 2004. PP.176-185]
Já sugeri no
primeiro texto deste blog (Os conceitos...) a consulta ao texto do filósofo escocês
David Hume (1711-76), intitulado Tratado da Natureza Humana – Da origem de
nossas idéias. Apesar de ser encontrado na biblioteca do Mocam (tem aluno que já
encontrou). Mas, como são apenas duas apostilas disponíveis (Filosofia &
Vida, vol. III), nem todos terão acesso em tempo hábil. Por isso, exponho aqui
um resumo do texto proposto:
Da origem de nossas idéias
As
percepções da mente humana se reduzem a dois gêneros distintos, que são as
Impressões e as Idéias. A diferença entre ambas consiste nos graus de força e
vividez com que atingem a mente ou o pensamento. (p.38)
As
percepções que entram com mais força e violência podem ser chamadas de impressões;
aqui se incluem todas as nossas sensações, paixões e emoções. (idem)
Denomino
idéias as pálidas imagens das impressões no pensamento e no raciocínio. (p.39)
Existe ainda uma segunda divisão
entre nossas percepções, que se aplica tanto às impressões como às idéias. Trata-se
da divisão em Simples e Complexas. (idem)
As
idéias parecem ser de alguma forma os reflexos das impressões; de modo que
todas as percepções da mente são duplas, aparecendo como impressões e como idéias.
Exemplo: - quando fecho os olhos
e penso em meu quarto, as idéias que formo são representações exatas das
impressões que antes senti. Idéias e impressões parecem sempre se corresponder
mutuamente. (p.39)
(...)
Concluo imediatamente que há uma forte conexão entre nossas impressões e ideias
correspondentes, e que a existência de umas tem uma influência considerável
sobre as outras. (p.40)
As
impressões simples sempre antecedem suas idéias correspondentes, nunca
aparecendo na ordem inversa. Para dar a uma criança uma idéia do escarlate ou
da laranja, do doce ou do amargo, apresento-lhe os objetos, ou, em outras
palavras, transmito-lhe essas impressões; mas nunca faria o absurdo de tentar
produzir as impressões excitando as idéias. Nossas idéias, ao aparecerem, não
produzem impressões correspondentes; tampouco percebemos uma cor ou temos uma
sensação qualquer simplesmente por pensar nessa cor ou nessa sensação. (p.40)
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